Promotor
Faz Cultura - Empresa Municipal de Cultura de Braga, E.M.
Sinopse
Com muito para dizer e um beat para o contar, prétu dá a voz ao manifesto pan-africanista de Nuno Santos, mais conhecido como xullaji ou Chullage. Mais do que um novo pseudónimo, prétu é um afronauta que navega as origens e estéticas africanas juntando-as às influências da música eletrónica para expressar o pensamento sobre descolonização, desigualdades e o contexto político de África e da sua diáspora.
Filho de pais cabo-verdianos, xullaji é uma figura incontornável do hip hop lusófono, aplaudido não só pelo liricíssimo afiado como pela veia interventiva e o ativismo político. prétu 1 – xei di kor é o mais recente trabalho do músico e um dos discos do ano para a grande maioria das publicações nacionais. É também um trabalho assumidamente político. Nas samples encontramos a música de intervenção cabo-verdiana, guineense e angolana, coisas que Santos foi descobrindo em discos que comprava ou roubava aos tios. Ouvimos Os Tubarões, Bonga, Tcheka, Vadú, David Zé e Princezito. Ouvimos Amílcar Cabral. E à música africana, ao batuku e quilapanga, juntam-se sonoridades como dub e hip hop, numa abundância afro-futurista em que se fala de pan-africanismo, descolonização e amor.
Todos estes influxos tiveram sempre lugar na arte de xullaji, mas assumem a dianteira em xei de kor. Um trabalho incessante que começou a ser delineado na década de 2010 e do qual ouvimos a primeira canção em 2019. Numa dedicatória às mulheres que o fizeram entender a luta no feminino, “Fidju Maria", com Dino D'Santiago, foi o cartão de visita deste manifesto que chegou finalmente em 2023 com a promessa de que prétu não ia “deixar ficar anda retido na laringe”.