Promotor
Câmara Municipal de Loulé
Sinopse
DEVE HAVER MAIS QUALQUER COISA,
adaptação do livro de MAX AUB, "Manuscrito corvo".
O processo formal a que Max Aub recorre é, à partida, o de uma fantasia fabulosa, mas desde logo com laivos medonhamente paródicos. A distanciação criada através da personagem de um corvo e do seu frio registo científico parece querer indicar a impossibilidade de uma narrativa ficcional humana sobre um tal empreendimento, introduzindo uma outra visão dos campos de concentração: a de um jardim zoológico humano. Pois como pode o homem ver-se ao espelho naquilo?
Este texto congrega e condensa características híbridas e paradoxais, incorporando literatura fantástica, realismo desapiedado, humor negro e inventividade literária. Radiografia de um campo de concentração e das estranhas formas de vida que nele surgem, a radicalidade reflexiva deste escrito transporta-o para um plano narrativo que tende a abarcar a humanidade como um todo - ou, pelo menos, a humanidade estatizada. Porque a lógica corvina, livre dos antolhos humanos análise e só aparentemente absurda, leva a uma dissecação geral: se as mais avançadas relações humanas podem admitir a repetitiva indignidade de um campo de concentração, é porque este já faz parte dessas relações, que assim se tornam impensáveis, impondo a esta história de Jacobo, o corvo, um desfecho inconclusivo: Deve haver mais qualquer coisa.
Preços
Preço: 5 €
» Entrada gratuita para todas as pessoas com necessidades especiais, para crianças até aos 12 anos de idade e para portadores do cartão sénior da Câmara Municipal de Loulé