Promotor
EGEAC, Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural
Sinopse
À escuta: o aberto
(para piano e instalação de placas ressoadoras de metal)
JOANA SÁ
Terceira parte de uma trilogia de solos para piano semi-preparado e extensões sonoras, À escuta: o aberto volta a mostrar Joana Sá em confronto direto entre corpo, música e instrumento, sendo que o foco está, desta vez, no corpo performativo. Ou seja, o corpo à escuta, o corpo que por um lado faz o tempo e o espaço musicais, que vive através da música, e que por outro lida com a sua própria sucumbência. Ainda, o gesto como intervalo mediador entre essas duas dimensões, como prolongamento ou extensão corpórea, abolindo interior ou exterior, e reformulando o espaço e o tempo como algo permanentemente vulnerável, ativo e líquido. Ao vivo, tal como já fizemos com Through This Looking Glass (2011) e Elogio da Desordem (2013) na nossa sala, experimentamos nas performances de Joana Sá uma tridimensionalidade rara, com som e imagem (e movimento e palavra) a invadir a nossa envolvência, jogando com dinâmicas que alteram a nossa perceção e fruição. É do seu piano que tudo se cria e transforma, estilhaçando composições que se materializam em ambientes e objetos circundantes. Ativando este processo, Joana Sá debruça-se uma vez mais na sua própria performance, na construção, como diria o filósofo e musicólogo Peter Szendy, de um corpo feito de “membros fantasmas” ou “corpos improváveis”, extensões fictícias que alimentam as suas histórias. Há eletrónica, imagens, chapas metálicas que relampejam no céu, mas À escuta: o aberto é uma peça para piano e tudo aquilo que, brilhantemente, se consegue criar fora dele.
Ficha Artística
composição e performance: Joana Sá
espaço cénico: Daniel Costa Neves, Rita Sá e Joana Sá
design sonoro: Joana Sá e Hélder Nelson
design de luz: Daniel Costa Neves e Tela Negra
operação de som: Hélder Nelson
operação de luz: Tela Negra
produção: Turbina
crédito fotográfico: Nuno Carvalho