Promotor
Teatro Nacional São João E.P.E.
Breve Introdução
“O clima é a variável mais potente a actuar sobre nós.”
“Weather is presence.” Ele forma um “corpo inconsciente”, conectando o corpo humano ao cosmos em geral. Nas situações extremas de clima, quando somos avassalados pelo exterior, podemos experimentar o germe de uma outra forma de pensamento assente em novos equilíbrios entre a dimensão sensorial e racional.
O paralelismo entre o aquecimento global e um estado febril e embotado aproximou-nos das temáticas do fim das possibilidades e dessa forma de pântano em que perdemos o impulso vital.
Um espaço feito de cruzamentos foi tomando forma: estação meteorológica, sanatório, estância termal, laboratório artístico.
O repto que ali prevalece foi lançado por Goethe no seu Diário das Nuvens: reintegrar o céu na paisagem humana.
Improvisa-se uma espécie de hipersensibilidade climática e explora-se a força e imprevisibilidade de nos deixarmos atravessar pelas mais variadas forças naturais. O corpo transformado em paisagem submete-se à acção de um potente imaginário climático e deixa-se viajar.
Aderimos ao encontro entre poesia e estudo da natureza defendido por Goethe e somos seduzidos por essa sua ideia de que a observação atenta da natureza poderá desenvolver no homem uma espécie de novo órgão, uma outra forma de lucidez.
“O que permanece connosco (como sensação, eco, pensamento) é aquilo que mais resiste à interpretação; o indizível; o gesto; o irredutível. É nesta resistência que encontramos a arte que torce, modela e configura novos pensamentos do possível. Neste sentido, a arte é como o clima; uma força que suporta muitas pressões, tempestades, luzes e humores. Pode assaltar-te e atingir-te no teu núcleo, ou rodear-te e dispersar-te num milhão de fragmentos de luz” (Kathryn Yusoff).
O projecto terá uma forte dimensão transdisciplinar, querendo-se desenvolver um trabalho que assenta em diálogos imbricados entre dança, teatro, som e vídeo.
André Braga e Cláudia Figueiredo
Ficha Artística
direção e conceção do espaço cénico André Braga
dramaturgia Cláudia Figueiredo
sonoplastia André Pires
vídeo Gonçalo Mota
realização plástica Nuno Brandão, Sandra Neves
desenho de luz Francisco Tavares Teles, João Abreu
produção Ana Carvalhosa (direção), Cláudia Santos
coordenação técnica João Abreu
interpretação Costanza Givone, Daniela Cruz, Gil Mac, Margarida Gonçalves, Paulo Mota, Ricardo Machado
coprodução Circolando, Culturgest, Teatro Aveirense, TNSJ
Preços
Plateia e Tribuna: 16,00€
1º Balcão e Frisas*: 12,00€
2º Balcão e Camarotes 1ª Ordem*: 10,00€
*Frisas e Camarotes só são vendidos a grupos de, no mínimo, duas pessoas.