Promotor
Universidade de Coimbra // Teatro Académico de Gil Vicente
Sinopse
"Ainda que essa morte fosse inteiramente previsível, fosse até o que há de mais evidente, assim disse ele. E no entanto não a concebemos, não a entendemos, não a concebemos."
Construído a partir de "Náufrago", o espectáculo segue uma estratégia de colagem e sobreposição, confrontando a dimensão subjectiva da ideia da morte com um movimento aparentemente contraditório, característico das sociedades contemporâneas, que vai da trivialização à sua espectacularização e redução ao absurdo maravilhoso, onde sonho e frustração convivem intimamente como uma batalha que a todos atinge, vivos e mortos. “Náufrago” insere-se ainda numa linha de trabalho centrada numa abordagem das novas escritas de palco e do devising, propondo a um criador relevante da cena nacional o desenvolvimento de um solo interpretado por Nuno Cardoso, aqui regressando ao palco como actor. John Romão, cujo percurso cada vez mais afirmado internacionalmente tem alimentado a sua assumida voracidade por novas abordagens e diferentes processos de trabalho, enfrenta assim Nuno Cardoso enquanto intérprete, um confronto que é também o de duas linguagens habitualmente distintas, mas não necessariamente distantes. Duas vozes habituadas a serem pouco complacentes para com quem as ouve e para com as máscaras das personagens que colocam em palco.
Ficha Artística
Encenação e espaço cénico John Romão
Interpretação Nuno Cardoso
Pianistas Bernardo Santos, Bernardo Soares e Marisa Silva
Dramaturgia John Romão e Nuno Cardoso, a partir de "Náufrago" de Thomas Bernhard
Desenho de luz José Álvaro Correia
Desenho de som Pedro Lima
Figurinos Carolina Queirós Machado
Direcção de produção Pedro Jordão
Produção executiva Alexandra Novo
Direcção administrativa e financeira José Luís Ferreira
Co-produção Centro Cultural Vila Flor e Casa das Artes de Ovar
Ao Cabo Teatro é uma estrutura apoiada pela DGArtes/República Portuguesa