Promotor
Município de Vila Nova de Famalicão
Breve Introdução
Poética da Palavra I Encontros de Teatro
Capítulo 1: 13 e 14 de abril de 2018
Estes encontros de teatro, tem como base aglutinadora - o texto, a palavra, a voz, o trabalho de ator, elementos fundamentais da ação teatral, do teatro. Queremos evidenciar este universo de elementos cúmplices, aquilo que entendemos como a essência, a ontologia, do teatro. Pretendemos destacar a interpretação, a relação entre técnica, sentimento íntimo e subjetivo de convicção criadora e a consolidação da personagem, como um processo indissociável de um exigente trabalho pessoal, que é físico e de estudo profundo e inesgotável. Em cada um dos dois dias, no fim da noite, teremos uma conversa com os atores que protagonizam cada projeto teatral, no sentido de podermos conhecer o trabalho, concreto, sobre o texto, a palavra e a sua relação com o corpo (que lhe dá voz), e o processo de construção de cada personagem. Neste primeiro encontro de 2018, teremos quatro projetos: A Grande Vaga de Frio; O Diário de um Louco; O Cisne; A Mulherzinha.
A GRANDE VAGA DE FRIO + DIÁRIO DE UM LOUCO
Teatro
13 de abril, sexta-feira, 21:30 e 22:45
Grande Auditório e Foyer
Entrada: 6 euros / Estudantes e Cartão Quadrilátero Cultural: 3 euros
M/12 anos
Duração: 60+70 minutos
A GRANDE VAGA DE FRIO
(com ORLANDO de Virginia Woolf)
Orlando continua atraente. Tem trinta e seis anos há pelo menos cem anos. É homem? É mulher? Não tem dúvidas sobre os sexos a que pertence e, no entanto, não pode ter certezas. Fazendo o balanço da sua vida de mulher, de mulher casada e de poeta publicada, Orlando ouve o som do vento no carvalho, o mesmo que levou o marido para o Cabo Horn. Adensa-se a nuvem de humidade que tudo permeia no século XIX. Mas é na Grande Vaga de Frio que foi realmente (realmente?) feliz e Orlando prepara-se para o regresso ao Grande Carnaval no Gelo.
Orlando é um exuberante e bem-humorado divertimento de Virgínia Woolf. Um delicado e contundente retrato social e cultural que atravessa várias épocas da história de Inglaterra, uma reflexão crua e dura sobre as diferenças de género, sobre o papel das mulheres na sociedade ao longo dos tempos... "mas também um milhão de outras coisas"!
É, acima de tudo, um prodigioso exercício de imaginação e talento literário e uma ode à liberdade, como o atestam as variadíssimas leituras e interpretações que têm sido dadas a Orlando desde a sua publicação em 1928! E também é uma maravilhosa história de amor(es).
A GRANDE VAGA DE FRIO começa no último episódio do livro e, num longo solilóquio, uma mulher (será?) conta uma história recheada de momentos vertiginosos e cheios de graça em que é narradora e é Orlando e é Sacha e Shelmerdine e é Virgínia e é o pastor e é Rosina Pepita e é um ele ou uma ela qualquer... e isso dá-lhe imenso prazer! As magníficas e exuberantes palavras de Orlando são a matéria suculenta e deliciosa do jogo entre ela(e) e o público E tudo é possível!
Sejam bem-vindos!
Informações Adicionais
Ficha Técnica
Tradução - Ana Luísa Faria (ed. Relógio DÁgua)
Dramaturgia - Luísa Costa Gomes
Conceção e direção - Carlos Pimenta
Música - Ricardo Pinto (viola de gamba Xurxo Varela)
Figurinos - Bernardo Monteiro
Desenho de luz - Rui Monteiro
Vídeo - João Pedro Fonseca
Espaço cénico - Carlos Pimenta, João Pedro Fonseca
Assistência de encenação e produção- Génesis Abigail
Interpretação - Emília Silvestre
Coprodução - Ensemble Sociedade de Actores, Fundação Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional S. João.
Fotografia: TUNA
DIÁRIO DE UM LOUCO
"Diário de um Louco" de Nicolai Gogol, um passeio pela consciência labiríntica de um fidalgo arruinado da Rússia oitocentista.
SINOPSE
"Ainda que isto seja loucura, há aqui método." Hamlet, de William Shakespeare
Um homem, funcionário público, fidalgo, bem-pensante, arrogante, sumamente pobre, orgulhoso membro das classes altas da sociedade russa de meados do século XIX, redige, à luz da vela, o seu diário, traduzindo, em palavra escrita, os assombros, frustrações, medos e amores que, à clara luz do dia, não ousaria jamais enunciar.
Numa viagem tortuosa, cómica e patética, este homem, a cada parágrafo mais perto da vertigem delirante e abandonada, lega ao papel (e ao público) o único tesouro que possui: a sua imensa e inconformada imaginação. Indomável vontade de se ser mais do que se é, de se ter mais do que se tem e de se aspirar, sempre, àquela derradeira paixão que todos, de uma forma ou outra, partilhamos: o desejo de se ser compreendido. Louco, sim, como Gogol o descreve no título. Mas também lírico, sensível, apaixonado, herói tragicómico de uma sociedade envernizada e corrupta, vítima impotente dos seus superiores, capataz empedernido dos seus inferiores, um homem, enfim, do seu tempo. Mas também de todos os tempos e, definitivamente, deste nosso tempo. Substituam-se os nomes das ruas, os cortes das casacas e os títulos dos oficiais e este é um diário que nos assenta como uma luva...
Numa proposta teatral agreste, onde a liberdade criativa do actor respira no espaço vazio, minimalista, da cena, é na estreita relação entre o corpo enunciador do intérprete e o público que este espetáculo se edifica. Não há aqui voyeurs passivos e protegidos por uma imaginária quarta parede. O público é o papel onde o nosso louco irá escrever o seu diário. Mais do que testemunhas ou juízes, os espectadores são amigos, são o último refúgio de uma alma em sobressalto permanente...
Ficha técnica
"Diário de um Louco" de Nicolai Gogol
Ideia Original, Tradução (a partir da versão inglesa de Claud Field) e Interpretação - Pedro Galiza
Encenação - Giselle Stanzione
Assistência de Encenação - Inês S Pereira
Espaço Cénico, Desenho de Luz e Figurino - Pedro Morim
Banda Sonora Mikhail Glinka, Sergei Rachmaninoff, Franz Liszt, Mily Balakirev e Modest Mussorgsky
Design Gráfico - Adriana Leites
Motion Design e Fotografia - Nuno Leites
Produção - Marácula - Associação Cultural