Promotor
Teatro Nacional D. Maria II
Sinopse
História Ilustrada do Teatro Português consiste na encenação de uma aula/conferência sobre o percurso da cena teatral no território português, desde as primeiras práticas teatrais e os seus primeiros dramaturgos, ao contexto da dramaturgia contemporânea atual mais relevante. Nesta cena conjugar-se-ão dois planos de ação: a aula ou a ficção da aula e a convocação dos protagonistas do plano histórico. Faremos conviver o presente com o passado e tornar conflituosa a relação entre o caráter didático que pretende ter uma aula de História e a profundidade que assiste à humanização das personagens que se convocam.
Desde sempre tive um fascínio pelas personagens históricas e sempre imaginei uma impossibilidade divertida: de como elas poderiam, se conseguissem assistir a uma aula sobre elas no presente, ser altamente inconvenientes ou surpreendentemente reacionárias sobre o como estão escritas e descritas ou como os seus autores as quiseram eternizar. Como se houvesse uma revolução do tipo: não somos só isso, somos muito mais do que isso. Somos também as entrelinhas.
Este projeto parte da encomenda de uma conferência sobre História do Teatro Português e tenta emancipar-se através das personagens históricas que são convocadas pela atriz/docente. A docente e investigadora Eugénia Vasques, foi a personagem real que me inspirou de antemão para o lançamento deste conceito. As suas aulas de Teatro Português eram fascinantes porque, na verdade, havia uma performatividade que ultrapassava a questão da aula. O interesse ou o gancho de interesse para se ser transportado para o passado das matérias, era a própria performance no presente. As estórias eram apenas um pretexto para vivermos a narrativa da cena, a própria aula e a persona que nos transmitia essas matérias. Este é o ponto de partida para a construção desta nova cena, a performatividade de uma aula. A ideia de convocar algumas das personagens é aquilo que a imaginação pede. É, talvez, a minha necessidade de tentar edificar todo um plano político e filosófico que provavelmente as aulas de História mais banais não têm. Uma coisa é o que os historiadores e investigadores propõem como emblema para determinadas entidades, outra coisa é o que nós artistas e criadores conseguimos efabular com os dados que temos dessas mesmas entidades. Todos nós, e cada vez mais, temos uma curiosidade incrível com o lado B das personagens ou com aquilo que não está escrito sobre elas.
Martim Pedroso
Ficha Artística
de João Telmo
encenação Martim Pedroso
com Catarina Guerreiro, Joana Ribeiro, João Telmo, Marina Albuquerque e Paulo Duarte
figurinos Monica Lafayette
desenho de luz Paulo Santos
música Carlos Morgado
vídeo Edgar Alberto
fotografia Alípio Padilha
apoio à dramaturgia Eugénia Vasques
produção executiva Marta Queiroz
direção técnica Paulo Santos
produção Nova Companhia
coprodução TNDM II e FITEI
Estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura / DGArtes.