Promotor
Associação Meridional de Cultura
Sinopse
A SACALINA é um espetáculo de cariz biográfico sobre a deriva na vida de um homem, ladrilhos de um espaço de tempo na vida de Anton Tchekhov.
Um homem vive momentos de grande excitação. Voa mais alto que as torres das igrejas e, de repente, a sua vida dá uma volta completa. Curvado, gasto, preso, o homem é provocado distendem-lhe a paciência já escassa. Uma fatalidade esperada devolve-o às amarras, à casa da anterior partida. O homem responsabiliza a culpa, culpa o autoflagelo mudo interior. Precisa de espaço, de paisagem, de vistas desafogadas para se compreender. A angústia é uma sereia polifónica do fracasso, da culpa, do egoísmo, da inutilidade, de ser ou fazer-se maior que a vida. O homem é o desassossego, o eco ténue de um dever de sangue abstrato. O homem é uma bala em ricochete entre duas cidades. Num ímpeto, atira tudo para dentro do malão de viagem. Não vai mais curvado, segue viagem, atravessa o deserto, paira sobre as águas. Navega até à ilha do desterro. Sacalina, estância penal russa. O homem renovado, e cheio de força vital, esgota-a de imediato percorrendo, pedindo, perguntando, contando, anotando e descrevendo tudo, e de tudo, todos na ilha. Enterra as palavras, e numa ação lavra a atitude de mudança em prol dos negligenciados. O homem é um asceta, o seu dogma e o seu mosteiro é SACALINA.
Produção
O MANGA THEATRE é um conceito de criação teatral criado por Tiago de Faria no ano 2000, em Londres.
Concebido na Central School of Speech and Drama como projeto de investigação independente do seu mestrado em Performance Studies, o conceito MANGA THEATRE evoluiu desde então com diferentes ações práticas envolvendo performers da India, Grécia, Irão, Estados Unidos da América, Reino Unido e Portugal.
Inspirado no método de investigação das ciências sociais Crystallization de Laura L. Ellingson, o MANGA THEATRE é um sistema poliédrico de criação e de composição cénica que combina e sobrepõe diferentes interpretações da mesma realidade ou estímulo, interessadas em dar relevo ao desenho subversivo dos corpos humanos através de sequências de quadros de imagens metafóricas em palco.
O MANGA THEATRE procura representar trivialidades humanas através da subversão da imagem do corpo do Homem, incutindo na narrativa cénica a torção da figura humana. Através do trabalho físico do ator, ele mostra a imagem da narrativa limpa do Homem e a subversão da sua figura. Tem por objetivo criar diferentes técnicas performativas para encontrar uma nova linguagem teatral com plasticidade de textos e sobreposição de metáforas. Concentra-se numa encenação de imagens metafóricas do que se está a ouvir e ver em camadas dramatúrgicas diversas ou estórias elípticas jogadas em tempo rápido e lento. Evolui com o intuito de combinar à narrativa de pouco texto: rigor, disciplina, sensibilidade, leveza e prazer lúdico ao desenrolar do jogo teatral em poesia cénica.
Mais info:http://mangatheatre.com
Ficha Artística
Elenco - Ana Costa; Ana Enes; Ana Rosa Mendes; Carolina Faria;
Cristina Figueiredo; Elsa Oliveira; Fátima Ferreira; Hugo Gama; Jesus Manuel; João
Pires; Maria Côrte-Real; Rita Neves; Samuel Querido
Direção/Encenação - Tiago de Faria
Assistência de Encenação - Samuel Querido
Assistência Coreográfica - Ana Costa e Carolina Faria
Texto - Melânia Ramos, Pedro Mendonça e Tiago de Faria
Texto Tradução - Anabela Carvalho, Melânia Ramos e Tiago de Faria
Direção Musical - Eduardo Gama e Tiago de Faria
Banda Sonora Original - Eduardo Gama
Sonoplastia - Eduardo Gama
Consultor de Som - Pedro Magalhães
Cenário - Tiago de Faria
Cenário Apoio Técnico - Pompeu José
Cenário Construção - Oficinas Acert Tondela e Oficinas C. M. Tondela
Conceção e Construção de Marionetes - Teresa Negrão
Figurinos - Kristne Daukte
Ilustração Vídeo - Flávia Sousa
Desenho de Luz - Melânia Ramos e Paulo Neto
Produção - Melânia Ramos; Tiago de Faria
Apoio à Produção - Carmen Paz e João Pires
Apoios - Acert Tondela; Companhia Olga Roriz; Casa Do Moleiro - Turismo Rural