Promotor
Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Sinopse
O fim é um trampolim, um conceito que nos desresponsabiliza. O fim de todas coisas é aceite de forma leve e inconsequente. Com a ilusão alegre de que a seguir ao fim há sempre um objecto novo e um recomeço. Este fim do fim é doença. Chaga na memória. Um esquecimento de tudo. O fim do fim é o fim de todas as coisas, sucessivamente e em catadupa. É uma qualidade que nos liberta do medo e levanta véus. Vivemos de um modo convencionado em que o sucesso se afastou do desenvolvimento do carácter e levantou o fim das coisas como um muro entre o que somos e o buraco que cresce por debaixo dos pés. O mundo que construímos é um buraco onde nos introduzimos. Há um buraco dentro e fora de nós que cresce sem cessar. Afundamo-nos como crianças enredadas em poesia enlouquecedora.
Falhamos a vida.