Promotor
Ágora - Cultura e Desporto do Porto, E.M., S.A.
Breve Introdução
No fim da primeira constelação (“Antes do Futuro”), um filme que mudou tudo e um filme que tudo destruiu. Se Corte de Cabelo promete — apesar das dificuldades afetivas, económicas, sociais — um mundo novo, em que até a câmara (de vídeo) se chega ao corpo, com amor; Venus Velvet ensaia o fim do mundo, como se, para acabar de vez com este cinema português, fosse necessário que um cometa destruísse esta juventude desesperançada e triste.
Sinopse
Corte de Cabelo, Joaquim Sapinho
A meio dos anos 1990, Portugal abria-se como nunca para novas formas de comunidade. Corte de Cabelo representou, sobretudo, um corte com o passado e a indefinição perante o futuro. Rita e Paulo vão-se casar, mas ela decide colocar o noivo à prova, cortando o seu longo cabelo. Na sua primeira longa-metragem, Sapinho evidencia como os novos modos de afeto podiam acontecer das formas mais improváveis, entre um machismo tardio e uma libertação hesitante das mulheres. Um filme corporal, intenso, que arriscava um novo olhar sobre o mundo.
Venus Velvet, Jorge Cramez
O mundo está prestes a terminar: um cometa vai embater na Terra. Mas quatro amigos não desistem de viver os derradeiros momentos num bar, bebendo e dançando. Aproveitam as últimas palavras, os últimos sons, os últimos enganos, enquanto lá fora as bolas de fogo fazem parecer que se celebra. As músicas sucedem-se e a melancolia toma conta daquele grupo. Como será o fim? Jorge Cramez tem aqui o seu tour de force cinematográfico, debatendo o amor, um conceito que tanto interessou uma nova geração de cineastas experimentando a vibração do mundo.