Promotor
Associação Ponto d’Orvalho
Breve Introdução
A metamorfose criativa de Natalie Merling tem-nos levado a paisagens inimagináveis,
revelatórias do calibre da artista que assina enquanto Weyes Blood. Na aurora deste milénio
teve um papel ativo no cenário noise e experimental norte-americano, profundamente
marcante e singular – e que tantas portas abriu a gente talentosa. Ao escutar os seus últimos
discos fica a impressão que reteve desse período uma incessante busca por encontrar novas
expressões musicais. Ainda que através de moldes mais próximos da tradição cancioneira,
algures entre a folk e a pop, descobrimos uma artista em expansão. O existencialismo, e as
suas profundas questões, há muito pairam nas líricas de Merling; porém, o aprumo nas ideias,
o detalhe nos arranjos e a amplitude da instrumentação têm elevado a matéria a uma
admiração generalizada, pelo público e pela crítica.
Sob o selo da mítica Sub Pop, editou Titanic Rising e o mais recente And in the Darkness,
Hearts Aglow. Álbuns de luz e veludo, plenos de uma energia impressionista nas imagens que
propõem e nas sensações que provoca. Por vezes estranhamente familiar, o trabalho vocal de
Merling transporta as inquietudes que só o piano poderia acompanhar ou o esplêndor
alcançado quando à sua voz se junta um coro de diferentes timbres. Existe ascensão na
orquestração de cada elemento e um apurado sentido de harmonia omnipresente que se faz
ecoar numa mão cheias de canções com sabor a clássicos instantâneos. Um desfile luxuoso de
peças aparentemente imediatas, mas que ganham crescente imponência audição após
audição. Neste sentido, segue a linhagem das melhores: Kate Bush, Joni Mitchell ou Stevie
Nicks.
Ainda com a passagem de Angel Olsen bem patente na memória coletiva, a Canto apresenta
agora Weyes Blood em Lisboa. Um regresso aguardado da autora de um dos mais celebrados
discos de 2022.
Abertura de Portas
20:30