Promotor
ACERT - Associação Cultural e Recreativa de Tondela
Sinopse
"Existe um Universo, e nós com ele"
António Quadros
Há 31 edições que um festival de música estabelece uma ponte entre Tondela e o resto do mundo. O Tom de Festa regressa de 12 a 15 de julho para nos levar nesta volta ao mundo anual através das sonoridades de outras geografias. Desta vez visitamos a Gâmbia, Madagáscar, Gana, Espanha, Chile, Brasil e Portugal. Ao longo de 4 dias celebramos a diversidade musical na sua plenitude, do fado à herança Afrocêntrica, passando pelo cruzamento do cancioneiro português com melodias do Brasil nordestino, por um “Eletro Pachamanico” chileno, pelo poder curativo da música de Madagáscar, pelo timbre simultaneamente estridente e melódico da Kora, Harpa Alaúde da África Ocidental, e por um espetáculo criado de raiz, em tom de homenagem, para esta edição do Tom de Festa.
Em 2023, celebramos os 90 anos de um dos grandes artistas multidisciplinares nascido em Santiago de Besteiros, concelho de Tondela: António Quadros, um dos criadores mais espantosamente ignorados da nossa cultura do Séc. XX. Poeta, pintor, gráfico, ceramista, pedagogo, inventor, são incontáveis os domínios por onde se espalhou a sua curiosidade feroz, não dando tréguas à circunstância do existir, sempre em relação com alguém ou alguma coisa. No ato do fazer se desmultiplicava António Quadros, como que cumprindo assim, um fado, onde o ar da liberdade é o único puro. Dar tributo e ter gratidão ao seu legado humano e artístico de disponibilidade para o outro é um imperativo de preservar viva a sua obra, difundindo-a. É isso que acontecerá neste Tom de Festa.
Se em 2022 fomos nómadas, nesta edição regressamos a casa. À casa física, o Novo Ciclo Acert, mas também à casa simbólica, o local que viu nascer o nosso Trigo Limpo: Molelos, local que acolherá o primeiro dia de espetáculos, dia 12. De 13 a 15 de julho será no Novo Ciclo que música se fará ouvir, que se multiplicarão encontros com diferentes culturas, causas e expressões, mas também com os amigos e família que tornam a experiência de partilha ainda mais rica.
O convite, renovado a cada ano, é para todos, vizinhos, visitantes, forasteiros, residentes…. Entrem connosco nesta viagem que é o Tom de Festa!
Programa / Cartaz
DE MAR A MAR | BRASIL + PORTUGAL
21:30H 60 minutos
31º TOM DE FESTA FESTIVAL DE MÚSICAS DO MUNDO ACERT
“Cancioneiro de Mar a Mar” é um conjunto de canções que evocam um diálogo entre as culturas brasileira e portuguesa, e que fala de saudade e distância, memória e esquecimento. Do Mar do Brasil ao Mar de Portugal, a odisseia marítima espraiada pelo tempo. Em palco, músicos brasileiros, portugueses e um moçambicano associam a poética musical dos cantautores portugueses com as melodias do nordeste brasileiro.
O Grupo de Cantares é composto por músicos do Ceará que, conjuntamente com músicos deste lado do mar, irão criar este espetáculo para o Tom de Festa, explorando o diálogo entre as culturas musicais brasileiras, com narrativas do litoral ao Sertão. Guiado principalmente por uma visitação do cancioneiro popular na música do nordeste brasileiro e as profundas raízes ibéricas em suas falas ancestrais evocadas, ainda, pela sonoridade dos ritmos de baião, côco e ciranda, utilizando instrumentos históricos como a guitarra romântica, instrumentos tradicionais como a rabeca e o pífano, na união com o contrabaixo clássico. A sonoridade do seu repertório foi peça fundamental para que, em conjunto com dois músicos portugueses que integram projetos musicais da ACERT e um percussionista moçambicano, fosse estabelecida também uma ponte experimental de cruzamento de abordagens a temas de cantautores portugueses com músicas de referência de compositores brasileiros, cuja poética incide numa visão sobre realidades portuguesas. Os novos arranjos revelarão uma fusão peculiar entre o pífano e a rabeca nordestina, as percussões africanas e a guitarra portuguesa ou a viola braguesa que irão contribuir para um enlace surpreendente.
Este espetáculo, com estreia nesta edição do Tom de Festa, será apresentado com novo repertório na digressão que o Trigo Limpo teatro ACERT irá realizar em Outubro/Novembro ao Ceará brasileiro com outras duas das suas criações, sendo uma realização que já celebra os 50 Anos do 25 de Abril no Ceará brasileiro.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Aldovino Munguambe (MZ) – Percussões
André Cardoso (PT) – Guitarras
Cláudio Mappa (BR) - Contrabaixo acústico
Evânio Soares (BR) – Rabeca, Pandeiro e Viola Sertaneja
Luciano Brayner (BR) - Voz, pífano e flauta transversal
Luísa Vieira (PT) – Flautas, voz e m’bira
Weber Dos Anjos (BR) – Guitarra Romântica
UMA PONTA DO VÉU DA MÚSICA NORDESTINA DO GRUPO CANTARES
O Beato Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, profetizava no velho arraial de Canudos em meados do século XIX: “o sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão...”. Em pleno Sertão nordestino, o mar enquanto representação do destino se afigura. Entre povos originários, quilombola e imigrantes aventureiros surgia uma cultura e um modo de vida próprios. Repleta de sincretismos, memórias e ressignificações, a cultura sertaneja transborda de banzo, saudades e distâncias. O mar salgado que transportou o lirismo e o romanceiro ibérico encarna a metáfora do tempo que divide o homem, a terra e seu destino.
O lirismo, presente nas modas portuguesas e na modinha brasileira desde Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) constitui a base da temática deste espetáculo, que fala de saudade e distância, memória e esquecimento. Este “Fado Tropical” de que se constitui a cultura brasileira em sua diversidade, apresenta-se na obra do compositor baiano Elomar Figueira Mello, o qual nos apresenta um Sertão profundo, repleto de referências ibéricas e mouras. Elomar evoca as falas antigas dos malungos, as lendas do Sertão e ressignifica o romance de cavalaria na figura do vaqueiro enquanto arquétipo do herói.
A trajetória que compõe o repertório deste espetáculo se inicia no Sertão profundo do Nordeste brasileiro, na aridez da voz do cantador repentista, nos aboios dos vaqueiros, no canto doce e rude das manhãs de trabalho, traduzidos através do sertanejo Elomar Filgueiras. Seguindo para o Sertão do Cariri cearense encontramos referências aos folguedos e festas populares, às personagens do reisado de fitas, ao coco, aos forrós, traduzidos na obra de dois autores da região; uma Ode ao Vale do Cariri. Em seguida temos a tradução de um Sertão visto pelo olhar urbano de Edu Lobo e Capinam, uma releitura dos ponteios de viola dos cantadores nordestinos. Para desaguar, por fim, nas rotas marítimas Luso-brasileiras traçadas pelo cantautor Chico Buarque de Hollanda.
CARMINHO | PORTUGAL
22:30H 60 minutos
31º TOM DE FESTA FESTIVAL DE MÚSICAS DO MUNDO ACERT
Carminho nasce no meio das guitarras e das vozes do fado, tendo marcado a sua estreia a cantar em público aos doze anos. Edita o seu primeiro disco em 2009 que, com um sucesso retumbante, deu os primeiros sinais de que esta seria uma das mais aclamadas vozes contemporâneas do fado, descrita pela crítica como uma artista incomparável com a sua voz, talento, composição e perseverança artística.
“Portuguesa” é o sexto disco da carreira de Carminho e conta com 14 composições, várias com letra e música sua, entre outros autores. A compositora e intérprete assume a produção do álbum bem como a composição de fados tradicionais originais. Numa busca pelo aprofundamento do seu pensamento sobre o fado, Carminho explora várias combinações dentro dos cânones, repensando a forma e movendo-se como peixe numa água que é a sua.
O trabalho gráfico foi entregue, uma vez mais, a Giovanni Bianco.
Carminho tem reconhecimento do grande público, media nacional e internacional, e com números nas plataformas digitais que refletem a dimensão de notoriedade da artista portuguesa.
A grande voz do fado e uma das artistas portuguesas com maior projeção internacional,
Carminho, lança o seu novo álbum “Portuguesa” e dá continuidade a um trabalho profundo como autora, intérprete e inspiração máxima de um Portugal contemporâneo.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Carminho - voz
André Dias – Guitarra Portuguesa
Flávio Cardoso – Viola de Fado
Tiago Maia – Baixo Acústico
Pedro Geraldes – Guitarra Elétrica e Lap Steel
João Pimenta Gomes – Mellotron
CALLE MAMBO | CHILE
23:50H 90 minutos
31º TOM DE FESTA FESTIVAL DE MÚSICAS DO MUNDO ACERT
Convocando as veias abertas dos Andes, a força da floresta tropical, o ritmo revolucionário dos tambores e a liberdade dos ventos, os Calle Mambo prometem entusiasmar o público do Tom de Festa com o seu ritmo, numa jornada psicadélica mística de energia e vida.
No seu décimo aniversário, os Calle Mambo apresentam o seu novo álbum Electro Pachamámico, “Retumba la Tierra”, sob a mistura de sonoridades refletidas nas melodias funky da guitarra, na viagem psicadélica do sintetizador moog, no misticismo da quena e charango, na força dos timbales, do tambor alegre e na energia contagiante do carismático vocalista.
A banda Chilena foi formada em 2013, e a sua música é o produto de uma criação multi-rítmica, que se demonstra na fusão perfeita da música tradicional do folclore latino-americano com a vanguarda atual.
Com uma sonoridade muito própria, interpretando sobretudo temas originais, tocam mais de 10 instrumentos que simbolizam a riqueza e diversidade das músicas latinas (Quena, Quenacho, Charango, Cuatro, Zampoña, Ronroco..), oferecendo uma saborosa viagem bailante e eclética através de todo o continente.
Os seus concertos são repletos de energia e frescor que renovam o cenário musical e, neste Tom de Festa, prometem transportar-nos para o ambiente dos Andes e da Floresta Tropical Chilena.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Jonathan Valle: Voz, Quena, Quenacho, Zampoña/flauta de pã, Gaita Colombiana
Dante S Parraguez: Bateria, Tímpanos, Percussões
Erkki Nylund: Guitarra, Tiple, Cuatro
Guillaume Laumière: Charango, Ronroco
Camille Estrada Sanchez: tourmanager
FRANCISCA URBANO | PORTUGAL
01:00H 90 minutos
31º TOM DE FESTA FESTIVAL DE MÚSICAS DO MUNDO ACERT
Com uma curta, mas já intensa história no panorama musical português, Francisca Urbano prolonga a festa da sexta-feira à noite pela madrugada. Natural de Tondela, no seu percurso já passou por alguns dos festivais de música eletrónica mais reputados do país. Desta vez, a pista será a do Tom de Festa.
Francisca Urbano faz parte de uma nova geração de artistas a repensar a música de dança. Assume o house e o techno como pilares, mas com uma enorme abertura para outras direções musicais, destacando-se pela sua versatilidade na hora de escolher discos e pelo bom gosto que já lhe foi apontado.
Membro do coletivo cápsula, passou já por vários clubes e festivais do país, adaptando-se com uma facilidade inata à hora, pista ou local em causa – sempre para fazer dançar.