Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
A transcender barreiras geográficas, etárias e raciais, este verdadeiro grémio estelar do jazz apresenta-se na ZDB deixando atrás de si um rasto de elogios. Ainda sem um espólio que nos permita sondar a música que daqui se germina, podemos confiar sem problemas na nossa intuição perante o valor individual feito colectivo deste quarteto. Formado pelo lendário Joe McPhee no saxofone tenor, Susanna Gartmayer no clarinete baixo, John Edwards no contrabaixo e Maria Portugal na bateria esta reunião compreende tanta e tanta música vinda de cada uma das suas partes que nunca poderia ser contida apenas no campo, já de si bem vasto, do jazz. Abraçando o free pelo seu lado mais inquisitivo quanto às normas e feitios, causaram espanto aquando da aparição no festival Music Unlimited, com McPhee a profetizar : We need this music more than ever. McPhee continua, já com mais de 80 anos, a revelar uma força vital impressionante, um sopro miraculoso que vem já desde o final da década de 60 e que tocou com praticamente toda a gente que interessa - de Peter Brötzmann a Mathew Shipp, de Hamid Drake a Evan Parker -, deixando documentos essenciais para o cânone do género, e alimentando ainda hoje uma voraz sede de descoberta que o leva a colaborar com músicos das mais diversas latitudes e idades, sempre guiado por uma linguagem assumidamente sua, tão lírica quanto inflamada, tão minuciosa quanto humana.
Susanna Gartmayer é uma compositora e improvisadora com escola de Viena, cujo ofício parte do jazz para abraçar a composição contemporânea ou o rock mais livre, ganhando um papel preponderante no seio das músicas mais livres em solo Austríaco, não só enquanto artista, mas também como organizadora das "Monday Improvisers Sessions" em Viena. Colaborando regularmente com músicos como Stefan Schneider ou Thomas Berghammer, é também parte da The Vegetable Orchestra que muito palco tem calcorreado. John Edwards é uma das presenças mais veneráveis ao longo da linhagem do jazz e da improvisação vinda do Reino Unido. Em actividade desde a década de 80, é hoje uma das figuras de referência para o contrabaixo, capaz de chegar a novas formas de o animar partindo de noções de balanço e feeling absolutas, numa rede vastíssima de encontros e sinergias que o levam a artistas tão díspares e bravos como Phil Minton, Roscoe Mitchell, Maggie Nichols ou John Butcher. E isto é apenas uma ínfima parte. Maria Portugal é uma baterista e cantora originária de São Paulo sediada na Alemanha, cujo trânsito constante por todo o lado tem revelado um trabalho contínuo e atinado que passa pelo palco, pela curadoria e pela composição para dança, teatro e cinema. Sem esquecer as suas raízes brasileiras, sente o pulso ao ritmo para daí chegar a novas paragens. Paragens essas que a levam a tocar com luminárias como Elza Soares (DEP), Fred Frith, Metá Metá ou Gerald Cleaver. Ou seja, tudo para correr mais do que certo. BS
Abertura de Portas
20:30
Preços