Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Lenda absoluta na vanguarda britânica, soma-se já perto de meio século a sondar novas cartografias sonoras. Demanda mágica que continua a soar tão desafiante quanto valiosa nos dias de hoje. Enquanto força telúrica na música industrial tocou com os Coil e Psychic TV, agregando toda uma dimensão sónica, plena de visões e alucinações que viriam a traçar inspiração para gerações vindouras. Uma obra vasta e especialmente consistente que revela uma curiosidade infinita em redor do som e das suas múltiplas manifestações sensoriais. Entre samples e cut-ups, marchas esotéricas ou galáxias distantes, o universo de McDowall é essencialmente libertador na sua alma e intangível na sua forma.
Tem sido pela mão da Dais Records que nos tem chegado boa parte do seu recente trabalho. Um fluxo vivo de álbuns chave que acrescentam sempre algo de novo à personalidade do artista escocês. Em Agalma chamou até si outras gerações de criadores frutíferos como Caterina Barbieri, Kali Malone, Elvin Brandhi ou Robert Aiki Aubrey Lowe para a materialização de um magistral disco duplo - e sem receio de ousar a moldar canções. No seguinte Undolations and Aberrations escutámo-lo, desde um dancefloor enevoado, a encaixar retalhos ambient, ecos dub e tantas acutilantes manobras pela eletrónica. E no mais recente A Thread, Silvered and Trembling entregou-nos uma viagem orquestral sem igual (intensa, enigmática e estranhamente balsâmica). Embora ausente de fórmulas, invariavelmente o feito acontece: fascinar quem o escuta.
Recorrendo a uma panóplia de instrumentos eletrónicos e acústicos, dialoga com as potencialidades de ambas as naturezas, sempre no limiar das fronteiras. Altamente textural, Mcdowall não se cinge ao objecto hermético, distante de um magnetismo intuitivo. Deslumbra igualmente vias melódicas e aproximações a formatos de composição eventualmente mais tradicionais ou reconhecíveis. Mas expressividade final, essa revela resoluções criativas pouco habituais e surpreendentes.
Será preciso recuar até 2017 para recordar a sua última visita a esta casa. Quem o viu sabe que as suas atuações ganham uma dimensão cerimonial, ritualística até. Domina e depura uma experiência imersiva que por instantes, parece conseguir suspender o mundo lá fora. Um regresso imperdível e necessário. (Texto por AS).
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Ndr0n é um projeto audiovisual concebido por Afonso Proença, de Lisboa, Portugal.
A estética emerge das rotinas mecânicas presentes na sociedade moderna, aludindo a uma realidade sombria onde o significado é fabricado e o comportamento é programado.
Ndr0n é um retrato da emoção sintética vivida na vida urbana.
Definido por conceitos como transumanismo e singularidade tecnológica, Ndr0n tenta sonificar a personificação de máquinas autoconscientes.
Abertura de Portas
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