Promotor
Ágora - Cultura e Desporto do Porto, E.M., S.A.
Breve Introdução
Ritmos do Índico
As danças tradicionais moçambicanas — Mutxongoyo, Ngalanga e Limbondo — são manifestações culturais que expressam a história, os valores e os costumes de diferentes regiões do país, transmitidas de geração em geração de forma oral e prática. A maioria destas danças tem origem em ritos de iniciação masculina ou feminina, celebrações de colheitas ou de acolhimento de parentes que ausentes durante longos períodos. Nestas práticas, Dinis Quilavei e José Jalane partilharão alguns movimentos e singularidades das danças tradicionais moçambicanas, base dos seus desenvolvimentos artísticos.
Ngalanga (zona sul) é uma dança originária de Zavala, em Inhambane, que remonta às guerras constantes que os chopes travaram contra os ngunis. Celebra o regresso vitorioso dos guerreiros e, tradicionalmente, possui um forte carácter social, funcionando como um elemento essencial para a manutenção da unidade tribal.
Mutxongoyo (zona centro) era originalmente uma dança de acolhimento ao filho que regressava das minas, uma manifestação de alegria da família pelo seu retorno. Embora tenha origem na África do Sul, foi trazida para Moçambique por anciãos que haviam emigrado a partir da região dos Machengues. Com o tempo, passou também a ser executada no período pós-colheita.
Limbondo (zona norte) é uma dança tradicional do povo maconde, da província de Cabo Delgado, executada por homens e mulheres em cerimónias comemorativas, como casamentos e outras festas comunitárias, para expressar felicidade. — Dinis Quilavei e José Jalane
Dinis Quilavei é um bailarino e intérprete moçambicano que iniciou a sua carreira profissional nas danças tradicionais e populares. Mais tarde, formou-se em dança contemporânea e ballet. Trabalhou com coreógrafos como Janeth Mulapa, Pak Ndjamena, Idio Chichava, entre outros. Estudou dança no curso do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC) e estagiou na Companhia Nacional de Canto e Dança, em Moçambique.
Atualmente, a viver em Portugal, integra como intérprete os espetáculos “BANTU”, de Victor Hugo Pontes, e “Cassandra”, do Ballet Contemporâneo do Norte. Como criador, estreou “Um corpo chamado templo” em 2025.
José Jalane nasceu em Maputo e é bailarino, coreógrafo, capoeirista, educador físico e professor de yoga. Aprendeu ballet, dança tradicional e dança contemporânea com professores nacionais e internacionais. Trabalhou na Companhia Nacional de Canto e Dança entre 2011 e 2015. Desde 2016, integra a Companhia CulturArte, sob direção de Panaibra Gabriel. Apresentou performances na plataforma internacional de Dança Contemporânea KINANI em 2019, 2021 e 2023, e tem participado em festivais internacionais na Alemanha, França, Ilha da Reunião, Índia, entre outros. Atualmente, está em Portugal e integra, como intérprete, os espetáculos “BANTU” e “Há qualquer coisa prestes a acontecer”, de Victor Hugo Pontes. Participou também na produção “TRANSIT ZWICKAU”, do Teatro Plauen-Zwickau (2025), com coreografia de Panaibra Canda, e na conferência performativa “Que bem posso escusar trazer escrito em papel o que na alma andar devia”, de Joana Craveiro/Teatro do Vestido
Preços