Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Water Damage
Não existe um princípio nem um fim, apenas o eterno retorno. Vai daí, podemos até projectar o símbolo do Ouroboros na música de Water Damage, com a noção de que a trajectória circular traz com ela a mudança de pele da serpente. Como se a eternidade fosse também um acto de renovação na repetição. Pedra basilar do pensamento minimalista que é aqui sublimado com toda a clareza e o reconhecimento de que 'In C' de Terry Riley minou muita fundação do rock - versão de Acid Mothers Temple terá sido um acordar para o êxtase electrificado da mesma - e se perpetua no terceiro álbum - In E - do colectivo texano. Passadas seis décadas, e com a canonização de Velvet Underground, 'Outside the Dream Syndicate', as viagens do krautrock, as guitarras de Rhys Chatham e Glenn Branca ou a obra de David Maranha por entre outros delírios, o rock no seu sentido mais expansivo continua a trazer-nos exemplos de vitalidade na repetição e no volume, como estes Water Damage. Partindo de um arsenal de guitarras, baixos, baterias e violino, a banda assenta as suas longas peças num groove ininterrupto que vai sendo abalroado por ondas de distorção, linhas de baixo pulsantes e rasgos de violino que, sem destino aparente, atiça um fogo sempiterno, tangente ao abismo de algum noise rock - vincado na cover de 'Ladybird' de Shit & Shine - e que sem ceder à riffagem saca todo o balanço implícito nesse arquétipo do género. E o headbanging brando da hipnose. Para sempre.
BS
Abertura de Portas
20:00
Preços